terça-feira, 11 de setembro de 2012

Primeira Guerra Mundial: o inicio


Primeira Guerra mundial: o inicio


Alianças na Europa em 1914
Podemos ver a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália formando a Tríplice Aliança (beje)
A França, Grã-Bretanha e Russia formando a Tríplice Entente (verde escuro)
Os países eslavos aliados á Russia (verde claro)
E os países neutros (rosa), alguns até 1915

      Madrugada do dia 31 de Julho para 01 de Agosto de 1914, faltam poucos minutos para o fim do verão e inicio do outono europeu. Neste momento o ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha, Sir Edward Grey ao observar de sua casa as luzes se apagando rua abaixo, teria dito:
      - "As luzes estão se apagando por toda a Europa. Nunca mais a veremos acesas novamente".
      Para muitos esta frase não faz o minimo sentido, porem quando Sir Edward Grey disse esta frase, faltava pouco para o inicio da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), pois em 02 de Agosto de 1914 a Russia iniciaria a invasão á Prússia Oriental (pertencente ao Império Alemão), seguido pela invasão alemã ao território neutro da Bélgica (dia 04). Mas o porque de uma guerra que viria a envolver o mundo todo?
      Acredita-se que o gérmen do conflito, foi o resultado obtido  após a Guerra Franco-Prussiana (1870-1871) no qual a Prússia após vencer a França, teria unido os reinos germânicos sob soberania prussiana em um único país: o Império Alemão (1871-1918), que procurou isolar a França de apoios políticos através da politica do chanceler alemão Otto Von Bismarck, que pretendia isolar os franceses do resto do mundo.
      Outra possível causa era os 34 anos após a chamada "Partilha da África", no qual o Império Alemão teria saído em desvantagem comparado á Grã-Bretanha e França que construíram no Continente Africano, verdadeiros impérios coloniais. Outra que saiu com a mesma desvantagem foi a Itália.
      Muitos acreditam que esta desvantagem por parte da Alemanha e Itália, é devido a sua tardia unificação de territórios (final do século XIX).
      A chamada "Paz Armada" proposta por Bismarck, dizia que as nações europeias deveriam se rearmar o máximo possível em caso houvesse uma possível guerra, porem deveria-se prevalecer a paz (que na verdade não houve). A Crise Balcânica (luta pela península dos Bálcãs) da década de 1910, foi um possível resultado da "Paz Armada".
      O "Nacionalismo" é a próxima causa pois desde o final do século XIX, a ideologia de união entre povos de idiomas idênticos, circulavam Europa adentro principalmente entre os povos de língua germânica e eslava, surgindo assim o Pan-Germanismo e o Pan-Eslavismo.
      O próxima causa é considerada o estopim da Grande Guerra (1914-1918), o assassinado do Arquiduque e herdeiro do Império Austro-Húngaro dos Habsburgos, Francisco Ferdinando (ou no alemão Franz Ferdinand) e de sua esposa Sofia, a duquesa de Hohenberg (distrito localizado na Baixa Áustria) em 23 de junho de 1914. O assassino foi o estudante sérvio Gavrilo Princip que atirou contra o carro que levara Francisco Ferdinando e Sofia pelas ruas de Sarajevo, Bósnia-Herzegovina que pertencia ao Império Austro-Húngaro.
      Após a prisão de Princip, ficou esclarecido que o estudante não agiu sozinho (estava acompanhado) e que pertencia a uma organização nacionalista sérvia chamada Mão Negra (ou também conhecida como Unificação ou Morte), que recorreu ao terrorismo como forma de atividade política, cujos elementos eram ligados ao "Pan eslavismo".
      Passado um tempo, o Império Austro-Húngaro envia para a Sérvia o Ultimato de Julho (23 de Julho de 1914), no qual os sérvios deveriam aceitar as propostas feitas pelos austro-húngaros. O ultimado dizia o seguinte:


  1. Suprimir qualquer publicação que incite o ódio e a desobediência a monarquia austríaca;
  2. Dissolver totalmente a sociedade Narodna Odbrana ou qualquer outra sociedade que engajasse a propaganda anti-austríaca;
  3. Eliminar as instituições publicas sérvias quaisquer aspectos que serviam para fomentar a propaganda anti-áustria;
  4. Remover do serviço militar, todos os oficiais ligados a propaganda anti-áustria, oficiais que deveram ter seus nomes dados ao governo Austro-Húngaro;
  5. Aceitar a colaboração do governo austro-húngaro na supressão de movimentos subversivos direcionados contra a integridade territorial da monarquia;
  6. Iniciar uma investigação judicial contra os cúmplices de conspiração de 28 de junho que estão em            território sérvio, com órgãos delegados pelo governo austro-húngaro fazendo parte da investigação;
  7. Prender imediatamente o Major Voislav Tankosic e o oficial sérvio Milan Ciganovitch, comprometidos pelas investigações preliminares empreendidas pela Áustria-Hungria (os dois eram lideres do grupo Mão Negra);
  8. Providenciar por meio de efetivas medidas a cooperação da Sérvia contra o tráfico ilegal de armas e explosivos através da fronteira;
  9. Fornecer a Áustria-Hungria explicações sobre declarações de altos oficiais sérvios tanto da Sérvia quanto no exterior, que expressaram hostilidades para a Áustria-Hungria;
  10. Notificar a Áustria-Hungria sem demora a execução dessas medidas;
      Quando o documento foi elaborado e despachado para a Sérvia, o ministro das relações exteriores Sir Edward Grey (citado anteriormente) descreveu o ultimato como "o documento mais formidável já endereçado de um estado para outro".A Sérvia quase aceitou todas as propostas feitas pela Áustria-Hungria,  negando a demanda numero 6, no qual o Império Austro-Húngaro faria parte da investigação judicial.
      Com esta medida, o Império Austro-Húngaro decidiu entrar em guerra contra a Sérvia, porem os sérvios tinham uma aliança com a Russia que viria auxiliar o seu aliado no conflito. Desta maneira, a Áustria-Hungria contou o apoio do Império Alemão, que no entanto entraria em guerra contra a França, que viria ao socorro da Russia. A guerra estava para começar, primeiramente a Europa e depois o mundo se encontrariam divididos em dois blocos de alianças: os Impérios Centrais ou Aliança (Império Alemão, Áustria-Hungria, Itália até 1915, Império Turco Otomano e Bulgária em 1915) e a Entente (França, Inglaterra, Bélgica, Russia até 1917, Estados Unidos em 1917, etc).
      Mas voltemos a frase de Sir Edward Gray, o que ele quis dizer: "As luzes estão se apagando por toda a Europa. Nunca mais as veremos acesas novamente"? A luz no qual ele diz é a esperança do povo europeu, antes crente nas idéias do século XIX, no qual o século seguinte (século XX) se tornaria famoso pela paz que reinaria para sempre.
      Os jovens do século XX, quando completavam 18, 19 ou 20 anos ficavam ansiosos para participarem de uma guerra, principalmente por não haver nenhuma no continente europeu á 43 anos ( a ultima foi a Guerra Franco-Prussiana), mas estavam cientes de que a paz prevaleceria.......estavam enganados.

Continua na próxima postagem......

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